Não sei bem como funciona o processo de construção de uma música, mas imagino que deva ser algo complicado - fazer a letra casar com a melodia, saber o melhor momento para soltar os gritos orgiásticos (ende aiiiiiiiiiii-iaaaaiiiii uil aueis loveee iuuuuuuu uuuooooooo) e ainda passar algum tipo de mensagem para o ouvinte (nem que seja apenas um verso grudento que você vai repetir mentalmente o dia todo, contagiar os colegas e por fim desejar uma lobotomia). Mas existem algumas músicas que até são legais, mas que você não suporta ouvir inteira. O Puxa listou apenas 6, mas como sabemos que nossos leitores adoram escrever “faltou isso! Faltou aquilo!”, esperamos mais contribuições nos comentários.
#6 Dreams (The Cranberries)
Essa música é uma graxinha, como diria a falecida Hebe. Ideal para formaturas ou para você que levou um pé na bunda e sai na rua, sem lenço, sem documento, de cabeça erguida contra o vento, cheio(a) de resoluções, até chegar em casa e cair no choro abraçando o seu ursinho de pelúcia, oun.
Aí lá pelo finalzinho dela você começa a ouvir uma voz vindo lá do fundo, e não é o seu intestino, mas sim um sujeito começando a resmungar alguma coisa. Então você começa a perceber claramente que é alguém cantando em árabe (alahalalalahaha ilehi-i, ilehi-i a a a a – opa, acho que misturei outra música). Enfim, para mim essa receita de kibe que gritam ao final da música é completamente desnecessária. Usando o termo correto: “cagou”. Penso se não foi um primo da vocalista que pediu para cometer essa atrocidade com a desculpa de mostrar o que aprendeu na aula de canto.
#5 Ai ai ai (Vanessa da Mata)
Essa música tem uma letra muito legal. Parece ter sido escrita por um político, de tanta promessa (não vai te faltar carinho, plano, assunto, só teremos belas praias, cachoeiras e pão com mortadela). É o hino dos apaixonados, que de tão apaixonados nem se importam de morar em uma choupana ou pegar resfriado e leptospirose de tanto banho de chuva, banho de chuva, banho de chuva. Até aí tudo bem, mas meia hora de “ai ai ai ai ai ai” ninguém merece né?
Parece algo escrito após uma experiência com lactopurga, quando as cólicas intestinais (ou nó nas tripas) começaram. E depois ela ainda dá mais uma palhinha: ai aiiii ai aiiii ai ai ai ai ai aiiii. Essa parte da letra deve ter sido inspirada na evacuação da feijoada, só pode, tamanho os agudos que a moradora da mata solta. E dá-lhe nãnãnã para encher linguiça depois.
Depois que um sujeito (que não é um dos nossos queridos leitores) se ofendeu profundamente com a opinião do Fabio Gerônimo sobre os fãs do Engenheiros do Hawaii e deixou uma mensagem carinhosa e cristã nos comentários daquele texto, dá até medo de falar mal da banda. Mas enfim. Lógico que (quase) todo mundo gosta dessa música. Quem nunca cantou isso no karaokê depois de tomar umas oito latinhas de cerveja?
E essa música pede que o canto seja acompanhado de interpretação, como se você estivesse lá no Vietnã mesmo (mas me pergunto, por que não uma letra sobre a Guerra do Paraguai, ahn?). Até chegar a hora da metralhadora. Ratatatata. Duas horas. E quando você acha que vai acabar... tatatata-tatatatata-tatatata. Até acabar os tatata o dono do bar já colocou as cadeiras sobre as mesas e o cozinheiro te espera com uma serra de osso na mão. Melhor pensar duas vezes antes de programar essa música.
#3 Hey Jude (The Beatles)
Quando eu ouço Hey Jude, além de lembrar do Kiko Zambianchi (o eterno chato do tempo com o seu “mas só chove e chove, chove e choooove”) assassinando a música, eu imagino um bando de gente naquele estilo paz e amor com as mãozinhas para cima esperando discos voadores. Que coisa linda, é só axé, namastê, inxalá e cheiro de asa para tudo quanto é lado. Aí começa a parte do ná...nánánánánánÁÁÁÁ... E nesse momento alguém grita “abraço coletivo!” e pronto.
Você é imediatamente abraçado por uma axila peluda, que fica bem na altura do seu nariz. E é nánáná pra lá, nánáná pra cá e nada do sovaco te largar. E nada do nánáná acabar. Ah sim, ele só acaba quando todos os instrumentos foram lentamente parando de tocar, até só sobrar o coro. Aí fica mais duas horas só de vozes e no final aplausos, aplausos e mais aplausos. E pra terminar você recebe aquele abraço afetuoso do sovaco. Os curitibanos como eu adoram!
#2 Taj Mahal (Jorge Ben Jor)
O cúmulo do cúmulo da chatice. Aliás se eu fosse o Jorge Ben Jor, do alto dos meus 250 anos de carreira, pararia de tocar essa droga ao vivo. Melhor, eu pararia de tocar! Mas não, o verdadeiro Taj Mahal vai ruir antes dele desistir da ideia. Vai continuar tocando têtêtê-têtêrêtêtê-têtêrêtêtê até que o último instrumentista da banda faça um solo chatíssimo de três horas. E se um de vocês quiser subir no palco e fazer um solo batendo um coco no outro ele também vai deixar, contanto que as únicas 10 músicas conhecidas dele possam encher um show inteiro de tanta enrolação.
E é engraçado, mas quando começa a tocar o têtêrêtê num baile de formatura, por exemplo, sai todo mundo pulando alucinadamente como se tivessem tomado um kilo de extrato de ginkgo biloba, fazendo trenzinho, roda de ciranda, mas depois de uns três minutos ninguém aguenta mais aquela porcaria.
#1 Mama África (Chico Cesar)
And the Oscar goes to... Mama África! A música com as rimas mais escrotas que eu já ouvi na vida. Aliás, alguém aqui saber cantar outro pedaço dessa música além do bendito refrão? Fui dar uma olhada na letra e confesso que não reconheci nenhum verso. Mas essa música só é legal para uma coisa: chegar cantando no trabalho segunda pela manhã, quando todo mundo está com aquele humor espetacular. E basta você cantar uma vez para o refrão se espalhar feito praga entre os seus colegas de baia. Até o final do dia todo o seu departamento estará cantando e não vão nem saber o porquê.
Mas obviamente que eu não poderia deixar os leitores do Puxa de fora dessa, então cantem comigo:
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que fazer mamadeira
Todo dia Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia... (575x)
Silvana Schgosta de esqui aquático, de equitação, de esgrima, de beber Dom Pérignon ao som de Debussy e um dia ainda espera ter dinheiro suficiente para poder fazer tudo isso. Ama a Biologia, mas romperam por questões econômicas.
Essa música é uma graxinha, como diria a falecida Hebe. Ideal para formaturas ou para você que levou um pé na bunda e sai na rua, sem lenço, sem documento, de cabeça erguida contra o vento, cheio(a) de resoluções, até chegar em casa e cair no choro abraçando o seu ursinho de pelúcia, oun.
Aí lá pelo finalzinho dela você começa a ouvir uma voz vindo lá do fundo, e não é o seu intestino, mas sim um sujeito começando a resmungar alguma coisa. Então você começa a perceber claramente que é alguém cantando em árabe (alahalalalahaha ilehi-i, ilehi-i a a a a – opa, acho que misturei outra música). Enfim, para mim essa receita de kibe que gritam ao final da música é completamente desnecessária. Usando o termo correto: “cagou”. Penso se não foi um primo da vocalista que pediu para cometer essa atrocidade com a desculpa de mostrar o que aprendeu na aula de canto.
#5 Ai ai ai (Vanessa da Mata)
Essa música tem uma letra muito legal. Parece ter sido escrita por um político, de tanta promessa (não vai te faltar carinho, plano, assunto, só teremos belas praias, cachoeiras e pão com mortadela). É o hino dos apaixonados, que de tão apaixonados nem se importam de morar em uma choupana ou pegar resfriado e leptospirose de tanto banho de chuva, banho de chuva, banho de chuva. Até aí tudo bem, mas meia hora de “ai ai ai ai ai ai” ninguém merece né?
Parece algo escrito após uma experiência com lactopurga, quando as cólicas intestinais (ou nó nas tripas) começaram. E depois ela ainda dá mais uma palhinha: ai aiiii ai aiiii ai ai ai ai ai aiiii. Essa parte da letra deve ter sido inspirada na evacuação da feijoada, só pode, tamanho os agudos que a moradora da mata solta. E dá-lhe nãnãnã para encher linguiça depois.
#4 Era um garoto que como eu (Engenheiros do Hawaii)
Depois que um sujeito (que não é um dos nossos queridos leitores) se ofendeu profundamente com a opinião do Fabio Gerônimo sobre os fãs do Engenheiros do Hawaii e deixou uma mensagem carinhosa e cristã nos comentários daquele texto, dá até medo de falar mal da banda. Mas enfim. Lógico que (quase) todo mundo gosta dessa música. Quem nunca cantou isso no karaokê depois de tomar umas oito latinhas de cerveja?
E essa música pede que o canto seja acompanhado de interpretação, como se você estivesse lá no Vietnã mesmo (mas me pergunto, por que não uma letra sobre a Guerra do Paraguai, ahn?). Até chegar a hora da metralhadora. Ratatatata. Duas horas. E quando você acha que vai acabar... tatatata-tatatatata-tatatata. Até acabar os tatata o dono do bar já colocou as cadeiras sobre as mesas e o cozinheiro te espera com uma serra de osso na mão. Melhor pensar duas vezes antes de programar essa música.
#3 Hey Jude (The Beatles)
Quando eu ouço Hey Jude, além de lembrar do Kiko Zambianchi (o eterno chato do tempo com o seu “mas só chove e chove, chove e choooove”) assassinando a música, eu imagino um bando de gente naquele estilo paz e amor com as mãozinhas para cima esperando discos voadores. Que coisa linda, é só axé, namastê, inxalá e cheiro de asa para tudo quanto é lado. Aí começa a parte do ná...nánánánánánÁÁÁÁ... E nesse momento alguém grita “abraço coletivo!” e pronto.
Você é imediatamente abraçado por uma axila peluda, que fica bem na altura do seu nariz. E é nánáná pra lá, nánáná pra cá e nada do sovaco te largar. E nada do nánáná acabar. Ah sim, ele só acaba quando todos os instrumentos foram lentamente parando de tocar, até só sobrar o coro. Aí fica mais duas horas só de vozes e no final aplausos, aplausos e mais aplausos. E pra terminar você recebe aquele abraço afetuoso do sovaco. Os curitibanos como eu adoram!
#2 Taj Mahal (Jorge Ben Jor)
O cúmulo do cúmulo da chatice. Aliás se eu fosse o Jorge Ben Jor, do alto dos meus 250 anos de carreira, pararia de tocar essa droga ao vivo. Melhor, eu pararia de tocar! Mas não, o verdadeiro Taj Mahal vai ruir antes dele desistir da ideia. Vai continuar tocando têtêtê-têtêrêtêtê-têtêrêtêtê até que o último instrumentista da banda faça um solo chatíssimo de três horas. E se um de vocês quiser subir no palco e fazer um solo batendo um coco no outro ele também vai deixar, contanto que as únicas 10 músicas conhecidas dele possam encher um show inteiro de tanta enrolação.
E é engraçado, mas quando começa a tocar o têtêrêtê num baile de formatura, por exemplo, sai todo mundo pulando alucinadamente como se tivessem tomado um kilo de extrato de ginkgo biloba, fazendo trenzinho, roda de ciranda, mas depois de uns três minutos ninguém aguenta mais aquela porcaria.
#1 Mama África (Chico Cesar)
And the Oscar goes to... Mama África! A música com as rimas mais escrotas que eu já ouvi na vida. Aliás, alguém aqui saber cantar outro pedaço dessa música além do bendito refrão? Fui dar uma olhada na letra e confesso que não reconheci nenhum verso. Mas essa música só é legal para uma coisa: chegar cantando no trabalho segunda pela manhã, quando todo mundo está com aquele humor espetacular. E basta você cantar uma vez para o refrão se espalhar feito praga entre os seus colegas de baia. Até o final do dia todo o seu departamento estará cantando e não vão nem saber o porquê.
Mas obviamente que eu não poderia deixar os leitores do Puxa de fora dessa, então cantem comigo:
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que fazer mamadeira
Todo dia Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia... (575x)
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Silvana Schgosta de esqui aquático, de equitação, de esgrima, de beber Dom Pérignon ao som de Debussy e um dia ainda espera ter dinheiro suficiente para poder fazer tudo isso. Ama a Biologia, mas romperam por questões econômicas.