6 vexames de celebridades que não podemos esquecer (porque são engraçados demais)

Deve ser difícil ser uma pessoa pública: enfie o dedo no nariz e alguém terá uma câmera para registrar o momento, e dali até o site do Ego mais próximo é um pulo. Todos damos vexames, mas os das celebridades são imortalizados com vídeos e fotos, até porque boa parte delas vão até a mídia passar vergonha de vontade própria. Como é uma maluquice atrás da outra, as vezes esquecemos dos melhores – mas o Puxa!, esse repositório da porcaria nacional, fez questão de lembrar seis deles.

Caso você tenha esquecido: lá no começo dos anos 2000, quando a Europa não estava em crise e a gente ainda podia perder tempo com extraterrestres, Tiazinha jurou que tinha visto um disco voador na Marginal Pinheiro,em São Paulo. Ela correu para casa, pegou uma câmera, gravou e levou para mostrar no programa do Gugu. Mas não demorou muito até que ufólogos de verdade desmentissem a aparição do OVNI da Tiazinha, porque até podia ser um Objeto Voador, mas como na lateral dele estava escrito “Goodyear”, ia por água abaixo essa coisa de “Não Identificado”.

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quem nunca?

Assim, o que Tiazinha achou que era um Contato Imediato de Primeiro Grau, virou um Contate seu Oculista para Aumentar o seu Grau (tum dum tum ts!).

Mas ela levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima? O episodio do dirigível aconteceu em 2001, e em 2002, quando participou da Casa dos Artistas já chamando Susana Alves, Tiazinha disse – meio hesitante, é verdade – que a Lua era um planeta. Mas ela estava conversando com o Cigano Igor Ricardo Macchi, então nada ali fazia muito sentido mesmo. Hoje ela dá aulas de ginástica, atua no teatro, casou com Flávio Saretta e passou um tempo na USP – e agora veio a dúvida: será que ela colocou no Lattes que foi co-autora de “Tiazinha, mexe essa bundinha e vem”, junto com o Vinny?

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VINNY; TIAZINHA et al. “Uh Tiazinha” in Tiazinha faz a festa. Sony Music, 2000.

Caso você tenha esquecido: a coisa andava feia para os lados do Gugu em 2003, quando a Globo resolveu passar jogos de futebol aos domingos e ninguém mais queria saber do chupa-cabras. Aproveitando do terror espalhado em São Paulo pelo PCC – o Primeiro Comando da Capital – o Domingo Legal veiculou uma entrevista com dois membros da facção, em que ameaçavam matar o Datena e o Padre Marcelo Rossi. Não sei qual era a treta com o Datena, mas com o Padre Marcelo era evidente: por causa dele, nenhum assalto mais podia começar com “Erguei as mãos” sem virar uma ode ao senhor.

Acontece que a entrevista era mais falsa que Playboy depois do Photoshop, e quase o Ministério Público mandou todo mundo em cana por apologia ao crime, incluindo os atores, o produtor e o próprio Gugu, que teve o programa suspenso por uma semana sob risco de se tornar o Domingo Ilegal. (a entrevista começa aos 0:55)

Mas ele levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima? Em 2005, Gugu entrou em acordo com a Justiça e deu 750 mil pilas para obras de caridade – mas aí os anos de ouro do Domingo Legal, com a trinca Mari Alexandre-Et e Rodolfo-Sofrimento de pobre já tinham ficado para trás. Em 2009, ele voltou aos holofotes, mas dessa vez por um bom motivo: a Record pagou uma fortuna para tira-lo do SBT. Hoje ele comanda a Escolinha do Gugu, que não demora será alvo do Ministério Público por apologia ao suicídio.

Caso você tenha esquecido: ciente da sua hegemonia no futebol mundial, o Brasil decidiu que não era justo com os outros enviar um time de futebol para a Copa de 2006, e assim o país foi representado pela nata dos baladeiros do eixo Rio-São Paulo. A Itália acabou vencendo a Copa, Fernando Vanucci foi abrir a mesa-redonda na Rede TV com um editorial e nos premiou com um momento “e se Djavan e Eduardo Suplicy se fundissem e comentassem futebol?”.

A despeito do que se disse na época, ele não estava bêbado, mas tinha tido uma briga feia com o filho e estava sob efeito de calmantes. Na verdade, o Vanucci é um cara muito azarado: anos antes ele já tinha levado uma bronca da Globo – que dizem, resultou em demissão – por aparecer ao vivo comendo uma bolacha, ou seja, ele faz a merda justo quando a câmera está gravando.

Mas ele levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima? Pelo menos daquela vez ele não perdeu o emprego, e o programa continuou por muitos anos. Recentemente, ele foi contratado pela Record, e conseguir deixar a Rede TV em qualquer ponto da sua vida é sempre uma vitória para se comemorar.

Caso você tenha esquecido: claro, a carreira do Van Damme é toda um vexame, e nada pode ser mais embaraçoso do que o filme do Street Fighter, mas esse mico em particular aconteceu na nossa televisão!

Eu nunca vi razão nenhuma para trazer um artista internacional para o palco de um programa de auditório, ainda mais num programa farofa como o Domingo Legal, onde a platéia gritava “é as mulheres, oba!”. Mas lá estava o Van Damme se divertindo com os nativos, quando mandaram que Sheila Mello e Gretchen se esfregassem nele, provavelmente ao som de lambada, o ritmo proibido. O belga se animou e ficou com a barraca visivelmente armada embaixo da calça.

Mas ele levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima? O Van Damme estava no Brasil como ação de marketing para promover o filme Replicante, o último dele lançado nos cinemas aqui. Depois disso, Van Damme só na locadora, e quase sempre dividindo a capa com o Dolph Lundgren – ou seja, a participação dele no Domingo Legal não foi um vexame: foi o ápice da carreira dele no Brasil.

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Já a Gretchen ainda tinha muito pra dar.

Caso você tenha esquecido: no auge a partir dos anos 2000, quando tinham seriado na Globo, trilha sonora em novela e a esperança de que a voz do Junior começaria a engrossar, Sandy e Junior miraram o mercado internacional, gravaram um disco todo em inglês e se arriscaram nos EUA.

No Brasil, o disco foi sucesso, mas nos states, reza a lenda dessa paixão, que faz sorrir e faz chorar, não vendeu nem mil cópias, sendo a maioria para brasileiros no exterior. O curioso é que, ouvindo a música e o clipe, fica claro que se trata rigorosamente da mesma porcaria adolescente que os americanos amam – musiquinha melada, pessoas avulsas fazendo hip hop, essas coisas – o que nos leva a crer que o fracasso da dupla lá fora se deve a medidas protecionistas americanas: se vamos consumir lixo, que seja o nosso lixo!

Se bem que pode haver outra explicação: era 2002, os americanos estavam hipnotizados com a bunda da Shakira cantando “Whenever, Wherever” para dar atenção a sem sal da Sandy.

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A gente tava falando sobre o que mesmo?

Mas eles levantaram, sacudiram a poeira e deram a volta por cima? Sandy e Junior continuaram muito bem no Brasil depois disso, inclusive lançando sua própria linha de soníferos para crianças, o filme Acquaria, em 2003. Mas o sucesso começou a minguar, as crianças foram crescendo, a dupla se desfez em 2007, e aí sim eles foram ladeira abaixo, com Sandy gravando discos e discos de MPB, mas só chamando atenção quando sugeriu que o que é imortal também dá prazer anal. O Júnior, até onde nos lembramos, casou-se com um cara da Família Lima.

Caso você tenha esquecido: em 2003, uma repórter da Contigo! foi torrar as paciências do Silvio Santos, enquanto ele fazia compras num supermercado em Orlando, EUA. Depois de muito insistir, ele concedeu uma entrevista bombástica, dizendo que tinha uma doença terminal que o mataria em seis anos e que tinha vendido o SBT para a Televisa – e ainda sugeriu: coloca na capa da revista “Silvio Santos espera a morte”.

Lembro até hoje da Sônia Abraão – já de preto – discutindo com o Décio Piccinini se a declaração era verdadeira ou não. Gilberto Barros, na Band, mandou um repórter até os EUA para bater na porta do Silvio Santos e perguntar o que estava acontecendo. E o que estava acontecendo era óbvio: depois de trollar a população brasileira por anos a fio com o Carnê do Baú, Silvio tinha resolvido zuar o barraco com a imprensa de fofocas e inventado tudo aquilo. Por ironia, três meses depois, morreu Roberto Marinho, mostrando como esse negócio de concorrência na TV aberta não é brincadeira.

Mas ele levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima? Precisamos deixar claro que essa história, em momento algum, é um vexame do Silvio Santos, mas da imprensa. E os dois continuam nessa relação de gato e rato até hoje – a imprensa cisma de entrevistar a sério o Silvio Santos, e ele faz o que sabe de melhor: tirar com sua cara enquanto sorri. Recentemente, com o escândalo do Panamericano, ele deu uma entrevista a Mônica Bergamo que é uma aula de trollagem:

É. Ah, me arranja! Arranja para mim que eu te dou uma comissão.

Eike, um dos homens mais ricos do Brasil. Ele é americano? Eike?

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